Aê, todo mundo

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terça-feira, setembro 12, 2006

Cena urbana n#2 (ou a pobreza é phoda!)

Mil novecentos e lá vai picoco. Tempos de pinda (sim, porque até eu chegar na pindaíba teria que juntar muitas moedas ainda)
Tô lá, esperando o buzão pra voltar pra casa (quase uma hora rumo a perifa...)
Se aproxima de mim um moleque.... um deses moleques maltrapilhos que pedem nos sinais, cheiram loló, geram mil e um programas de inclusão... enfim, o famigerado "menino de rua". Aquele, em particular, não cheirava loló.Opa, qualquer um que viva numa grande cidade sabe o que eu estou falando.
Tinha pouco mais de 10 anos, óbvio que aparentava menos. E tinha uma carinha sapeca, e uns olhinhos negros como duas jaboticabinhas.

- E aí, tia, tem uma moeda pra me dar?

- Põ, tenho não...

- Tá e uma fichinha?

- Só tenho essa pra voltar pra casa. - e era verdade.

- Bah, meu, tu é pobre hein! tu não tem nada!

- Pô, tu me chama de tia, me pede e ainda por cima me esulacha... qual é guri?

- Aí, foi mal...

14 comentários:

c. disse...
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c. disse...
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c. disse...

Oi. Eu li seu blog (não inteiro, é claro) e gostei, achei divertido. Tive que deletar os dois comentários anteriores, sorry, cometi uns errinhos e só percebi depois. Mas, enfim, adorei encontrar outra blogueira mau-humorada. Abraço.

Cinara disse...

É o famoso pedágio urbano da economia informal.

Abraço da Cinara

Marcelo B. disse...

Chamar de tia é pior que ser chamado de esforçadinho, imperdoável.Não s ei porque essas crianças sempre se referem assim a gent, acho que é par ter algum referencia ou para criar piedade, sei lá, mas que é sacana é sacana...rsrsrs..abço

Ane Brasil disse...

É, eu me emputeci com o piá justamente por ele ter me chamado de TIA... pô, eu só tinha 19....

Unknown disse...

Cherry! É o fim, isso, hein? Vc não sabe o que passei outro dia num shopping daqui.... Estava eu andando (ou será desfilando? Rsss...) pelo corredor e passa um garoto, uns 10 anos, e solta um " UUUUUIIIIII!" e desmunhecou, tirando sarro em mim! Pode isso? Eu fiquei ali parado, sem saber se xingava ele, ou se ria.... Rssss
Bem, olha, thanks pela receita de " Menino do Rio" Rssss... Aqui está fazendo um sol de rachar, e um tremendo calor, vou ver se domingo eu testo tua receita! Rsssss..... Beijos!

NewArte disse...

kakakakkak
ser chamada de tia.. e ainda mai, de tia e pobre é de f#$%*!
quando te chamarem de tia denovo tu fala: vem aqui o menino...eu te conheço??

Everton disse...

Parabéns pelo dia 13. E não esquenta, não. Ser chamada de "tia" é sinal de respeito. ;-)

Anônimo disse...

Oi Ane, prazer, valeu pelo coment no meu blog, aquele amor foi um engano do passado, viveu mais dentro de mim que em qualquer outro lugar. Abração, volte sempre!
Tônio

bardomudo disse...

E os filhas da puta (algumas vezes em ambos os sentidos) ainda são irônicos.

Ainda tenho muito a aprender com esses moleques, hein...

Reprogramando seu sistema disse...

Oi, Ane!

Teu blog me rendeu boas risadas!!!

Ó, mas não venha me cobrar nada, hein?! Ainda estou ensaiando na arte de fazer dinheiro... hehehe

E em breve conseguirei ótimos resultados!(a PNL é fantástica, conhece???)

Esclarecendo a história do mágico, ela é uma técnica de PNL, chamada de metáfora, através da qual podemos induzir à mudança. Naquele post foi usada para falar sobre as crenças.

Crenças são pensamentos emocionalmente cultivados sobre nós mesmos, sobre os outros e sobre situações. Não se baseiam em fatos, mas em nossa percepção de eventos na época em que se formaram.

Estudando figuras de excelência encontramos certas crenças essenciais que sustentam sua capacidade de se sobressair e realizar. Essas são as crenças de
excelência. Podemos pressupor essas crenças e experimentar as conseqüências de cultivá-las como verdadeiras.

Experimentando-as e descobrindo as que nos cabem, podemos, ao longo do tempo, transformá-las em nossas.

Espero ter ajudado a esclarecer!

Obrigado pela sua visita, foi um prazer ter você lá no meu blog!

Abraço, tia! ops... Aí, foi mal! hahaha

Maharani disse...

Que fofo, Ane! Um dia Tatiana Belinky que escreveu mil coisas sobre o cotidiano de São Paulo, disse que um desses lhe pediu um livro. Ela ficou chocada! Mas, deu, é claro.
E vc tem toda razão: geram mil programas de inclusão... programas que não solucionam seus problemas e ainda dão um bom lucro pra alguéns. Políticos não resolvem o problema e ainda o usam pra ganhar dinheiro! Mundo cão mesmo!
Rachel

Anônimo disse...

Vim agradecer sua visita e gostei. Seu blog é bem bacana.