Aê, todo mundo

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Lembre-se: esse papo de 'só o amor constrói' é balela: quem constrói é o pedreiro.

quarta-feira, julho 09, 2008

Bandidagem

Pouco antes de dormir, ouço no jornal da noite que Naji
Nahas tinha sido preso. ele e uma renca de gente. Acordei pensando que tinha
sonhado. Desde criança ouço o nome "naji nahas" envolvido em alguma falcatrua.
Na década de 90 lia sobre falcatruas de Daniel Dantas....

Acordo pela manhã e ligo o televisor. É real. A polícia
federal prendeu mesmo...


Bem, e aí a vaca da Míriam Leitão vem reclamar do "abuso" da PF
que veio de arma em punho "como se fosse prender bandidos armados nas ruas".
Leiturinha básica de discurso: na favela pode entrar cavirão, pode entrar
de arma em punho... em bairro de bacana, nem pensar. Ah, meu poupe. E não são
bandidos? Mi madre me ensinou que não há diferença entre roubar um tostão
ou um milhão.... agora, olhando o noticiário, constato, com tristeza, que as
lições de ética e moral de mi madre estavam erradas. Há uma grande diferença
sim. Se você roubar um tostão na periferia, vai preso, leva esculacho e puxa uma
cana forte num cadeião superlotado e imundo. Agora, se você roubar um milhão....
bem, aí é tratado por doutor, recorre à ONU (como o filho da puta do Cacciola) e
fica hospedado na carceragem da PF...

E aí eu fico pensando: quem é mais bandido? o
cara que rouba bolsa de velhinha no centro da cidade ou o camarada que ganha uma
grana milionária numa maracutaia de privatização das teles? Que lesa fundos de
pensão? Qual deles é de maior periculosidade pra sociedade?

E quanto tempo esses pulhas ficarão presos? O Noblat lançou um sorteio lá no blog dele. quem acertar leva um ipod.... bem que eu tô precisando de um... meu lance são 5 dias... alguém aí tem um palpite?

Agora, uma histórinha: um fulano, morava lá no
abrigo, me contou que puxou uma cana no presídio central. a história: "eu
tinha um primo que mexia com tráfico, e esse primo tinha uns camaradas que
faziam assalto. Bom, só que meu primo tava pedido pela polícia, e tinha se
mocosado lá nas bandas da Alameda*. Ele deixou tudo pra trás na Cruzeiro*, onde a
gente morava. Daí, um dia o cara me liga e pede pra eu fazer uma feição pra
ele: pegar uma mochila e levar lá pro novo mocó. Tava tudo certo, eu não
era fichado, tava até trabalhando... e meu primo precisava das armas, que ele já
tinha negociado elas pra fazer dinheiro, e o comprador ia buscar.

Peguei a mochilinha, botei nas costas e me fui. de
busão. tudo certo. Só que, quando eu tô chegando na bocada, pararam o
busão. blitz. desce todo mundo e revista....

Aí, acharam as armas na mochila. fui emplilhado em vários
artigos... puxei 3 anos de cana.

agora tirem as conclusões que quiserem.

* vilas populares de Porto Alegre