Puta que pariu! Cheguei atrasada, tomei bronca do chefe, trabalhei feito um camelo, meu time perdeu, fiquei menstruada, os meganha me deram um atraque e ela ligou dizendo que não me quer mais. Pô, ninguém merece.Então eu saio a esmo, entro no primeiro boteco sujinho e tomo duas biritas no balcão. E vago pela cidade sob a chuva fina, maldizendo os pedintes das sinaleiras, as madames do xópin center, as ciranças, os velhos, as freiras, as putas, motoristas, cobradores, passageiros, os tiozinho feio do boteco da esquina... mas ninguém tem nada a ver com minhas pequenas desgraças pequeno burguesas. Ninguém sabe da minha dor e dos meus calos dentro do all star surrado. E ninguém quer saber. chego em casa arrastando algusn farrapos de dignidade. e quem me recebe? Ela! saltitante, saudável, o pelo tratado a sabão antipulgas é mais bonito que meu cabelo tratado a xampu & condicionador. Num canto ainda tem água fresca e a tigela da ração ainda pela metade... E ela vem, faceira lamber meus pés abanando o rabo. Laika, a cadela, sobreviveu a três relacionamentos, dois empregos e uma mudança. Sempre do meu lado, firme e forte. É nessas horas que eu penso que os mano do fanque tem toda razão: SÓ AS CACHORRA!
(depois de um dia de cão)