Aê, todo mundo

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sexta-feira, novembro 10, 2006

Chupando o pau da barraca

Lá nos longínqüos anos 90 minhas colegas e eu costumavámos cantar uma versão bem engraçadinha de uma cantiga infantil:


"Pela estrada afora eu vou bem sozinha/levar esses
doces para a vovóziha/ O caminho é longo o caminho é deserto/ dou uma
cheiradinha pra ficar esperto/ mas a tardinha/ ao sol poente/ fumo um
baseadinho pra ficar contente/
Eu sou um lobo mau, lobo mau/ lobo mau/ eu tomo
bolinhas pra ficar legal"
Bom, isso a gente fazia pelos corredores da escola, pra divertimento dos colegas e escandalo de alguns professores mais sensíveis.
Os anos passaram. E passaram e passaram e passaram.
Aí, um belo dia, eu virei estagiária-mulé feia-macaca gorda (ou seja: o quebra galho) de uma escola do município.
Apesar de ser uma humilde estudante de História, assumi a educação física num dia, a matemática no outro, a química de vez em quando...
Até que um belo dias as fiadaspúúúúúú me receberam todas sorridentes e, num tom entre o maternal e o irônico disseram: Ane, hoje vcê vai ter que quebrar um grande galho... (é só o que eu venho fazendo, porra, quebrando galho, pensei e não disse) Você vai ter que passar a tarde na pré escola! faltavam 5 minutos pro começo da aula. Sem nada preparado. Assim. no seco. Me senti a própria menina cristã sendo largada na arena cheia de leões. E assim foi feito: me largaram no inferno. Um inferno amplo, bem decorado, verdade seja dita.... mas com vinte e cinco aprendizes do capeta lá dentro.
Pânico. Suores frios agitavam meu frágil corpo de 48 kg (iupi, sempre quis dizer que já pesei isso). E agora? O quê que eu vou fazer com esse bando de capeta?!?!
Pra iniciar os trabalhos, comecei com a tal musiquinha do chapéuzinho vermelho.... maldita hora! Me dei conta de que eu só conhecia a versão junkie, aquela do segundo grau. Salva pelo gongo: os capetas conheciam a versão original e cantaram sozinhos, enquanto eu me limitava a bater palmas feito uma pateta.
Passei duas tardes naquela turma de maternal... e guardei sequelas que, até hoje, me fazem suar frio na meio da noite e acordar gritando: "pára de comer o giz de cera"! "Não é pra cortar o cabelo dos colegas, flavinha!"
Outro dia eu conto mais daquelas duas tardes....

15 comentários:

Anônimo disse...

Espero que as crianças tenham sobrevivido ao final das duas tardes, Ane...

Anônimo disse...

Tive sorte de substituir no jardim de infância uma vez só durante minha longa carreira de "fessora".

Não tenh osaudades mas tua estória é bonitinha.

Anônimo disse...

Confesso que quando li o título achei que seria uma 'historinha de acampamento'... Mas tudo bem, foi de mundo animal. Só não entendi uma de suas broncas: afinal, por definição, todo estágio é feito no inferno! Alguns têm criancinhas, outros têm velhinhos, mas TODOS têm pelo menos um chefe de tridente.
Bjs

Defensor disse...

Ainda bem que os guris sabiam a versão original da música
Abraços

Yvonne disse...

Ane, por favor, escreve uma coisa bem séria porque eu já não agüento mais ler os seus posts e ficar soltando gargalhadas na frente do computador, rsrsrs. Amiga, digo mais uma vez: como foi que vivi por todos esses anos sem você??? Beijocas

Anônimo disse...

Princesa Ane (permita-me chamá-la assim, numa demonstração pública do meu apreço): comunico que o seu blog, juntamente com o de Marconi Leal, é um dos preferidos do pessoal que frequenta o Bar do Cabeça, agora uma lã rause, estabelecimento comercial respeitado e respeitador da Zona Sul de Porto Alegre. O pessoal - Caloca, intelectual desempregado; Jorjão, contumaz barranqueador de éguas; Marisinha, a musa do pedaço e Cabeça, empresário audaz - manda lembranças.
Um abraço.

Anônimo disse...

Em janeiro voltou a dar aula de fotografia.

E ainda vou trabalhar em alguma atividade com crianças em alguma escola.
Eu me indentifico com esse tipo de gente!

Beijos

Anônimo disse...

Em tempo já ADD seu blog ao meu!
Beijos

Frederico disse...

Foi então que você virou a desbocadinha do Brasil ?!?! ;-) (e outra coisa: quem quebra galho é macaco gordo)

Anônimo disse...

Eu encarei aula de religião por um mês, me tiraram quando descobriram que eu levava "O ser e o nada" em apostilas para as aulas. E comecei escrevendo no quadro: "Deus está morto".

Blogildo disse...

Hahahahahaha! A versão original virou a versão "underground" pra vc, Ane!!!!!

Hehehehehehe!

Anônimo disse...

Eu ri uma bocado com essas suas memórias.

Walter Carrilho disse...

Toda vez em que eu ouço o hino da independência eu me lembro daquela versão escrota: Japonês tem 4 filhos...o primeiro é maconheiro...

Lembra?UM dia ainda vou preso.

Sheherazade disse...

Kkkkkkkkk!!! Por pouco os trombadinhas não aprenderam a outra versão kuaaaaaaaaaaaaa!!!
Nem consigo te imaginar comandando essa súcia ... hehehehehe!!!


Vir aqui é desopilar, por isso escolho sempre a calada da madrugada pra te visitar e depois ir dormir bem leve!

Um beijão!

Unknown disse...

Vc tá zoando, mas meu filho pode ser um desses capetas (não da sua turma, lórrico!).
Ah! Mas dizem q essa fase é a melhor.