Como uma simples azaléia temporã foi capaz de produzir tamanho estrago?
Mal viu a flor Ela começou a sessão reminiscências.
A barba roçando no pescoço, as mãos quase ásperas do macho descuidado e faminto lhe arrancando blusas, saias, vestidos, sutiãs....
E todas as reminiscências de dias passados lhe povoaram o dia.
Quanto tempo? Três anos. Três longos e loucos anos dividindo a cama, o champagne, a saliva, as contas, o cobertor.
“ Dos dias de sol às noites de chuva
que o sal dos teus beijos tempere minha boca
E que a força do meu desejo alimente tua vida”
E uma longínqua primavera de azaléias perdidas na Mata Atlântica tomou o lugar do outono da selva de concreta.
E eram novamente dois animais jovens e famintos devorando um ao outro entre a cachoeira e o caminho de avencas.
O cheiro de sexo se misturando ao cheiro de terra e madressilvas. Ele faminto, a sugar-lhe os seios molhados de orvalho. A mistura de braços, dentes, bocas, sonhos, almas, coxas... Ela extasiada pela comunhão carnal. Afoitos, a correrem nus pela Mata Atlântica. Naquele dia não tinham RG, profissão, sobrenome, família. Eram apenas dois animais cumprindo o delicioso e inevitável rito de acasalamento primaveril. “Verdes anos, pouco mais que nada pra lembrar.”
quarta-feira, abril 12, 2006
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Um comentário:
Oi, Ana.
gostei do que li, boa sorte nesse seu novo espaço.
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